16/02/24

Filme sobre Bob Marley ensaia ser bom, mas desafina

 Cinebiografia do maior nome do reggae, "One Love" (2024) tem sessões de pré-estreia e entrou em cartaz em todo Brasil desde a segunda (12).

A vida do personagem biografado no filme Bob Marley: One Love (2024) foi curta — ele morreu quando tinha apenas 36 anos, em 1981 —, mas intensa. Cresceu em Trenchtown, a maior favela de Kingston, capital da Jamaica. 

Sofreu rejeição por ter um tom de pele mais claro, herança do pai, que era branco e abandonou a família. Tornou-se o grande nome do reggae, primeiro à frente dos Wailers e depois em carreira solo, cantando em defesa dos pobres e dos oprimidos, da paz e da liberdade e denunciando o racismo e o colonialismo. 

Virou ícone do rastafári, movimento religioso que considera Haile Selassie (1892-1975), o último imperador da Etiópia, como Deus encarnado, prega o uso espiritual da maconha e proíbe cortar os cabelos — os dreadlocks são tanto um tributo de fé quanto uma conexão com a África. Sobreviveu a um atentado a tiros: a única bala a atingi-lo atravessou seu peito e foi parar no braço esquerdo. 

Promoveu um show gratuito no qual chamou ao palco o então primeiro-ministro do país caribenho e o líder da oposição, para que dessem as mãos e pusessem fim à tensão política que quase levou os jamaicanos à guerra civil. Teve 11 filhos com sete mulheres diferentes, mas só uma esposa, Rita (que já era mãe de uma menina antes do casamento). 

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Foi diagnosticado com um tipo raro de câncer de pele — a causa de sua morte precoce —, mas recusou o tratamento médico mais adequado, a amputação do dedão de um pé, por conta de suas crenças (o corpo é sagrado e não pode ser modificado) e também por medo de que o procedimento cirúrgico dificultasse sua dança.



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