Morreu neste domingo, aos 86 anos, em Londres, o cantor jamaicano Owen Gray. Um dos nomes mais antigos e respeitados da música da Jamaica, Owen atravessou diversas fases e estilos — do rhythm and blues ao ska, do rocksteady ao reggae e ao dancehall. Gravou dezenas de álbuns, muitos dos quais ganharam projeção internacional, e deixou sua marca na história da música da ilha.
Em São Luís do Maranhão, Owen Gray é um dos artistas mais queridos da massa regueira. Fez shows pela cidade e, nos últimos anos, gravava músicas exclusivas para as radiolas da capital maranhense. Mesmo com a saúde debilitada — condição nunca oficialmente confirmada —, continuava ativo em estúdio, ainda que improvisado, montado em seu apartamento. Era lá que os empresários brasileiros Rubens Star e Pepeto registravam sua voz para produções voltadas ao público das radiolas. O mercado de vozes exclusivas segue forte em São Luís, e Owen se tornou um dos nomes mais simbólicos dessa prática.
Talvez Rubens e Pepeto tenham sido os brasileiros mais próximos de Owen Gray nos últimos anos. No programa Reggae Point, Rubens lamentou a morte do artista com pesar. Já Pepeto compartilhou algumas informações sobre os momentos finais de Owen, lembrando que ele, mesmo debilitado, ainda se esforçava para fazer o que mais gostava: gravar. Em vídeos particulares, Pepeto registrou o cantor em plena concentração, preparando-se para mais uma gravação — sem escrever uma única linha, apenas com a melodia e a entrega que sempre marcaram seu estilo.
É difícil destacar um único álbum de Owen Gray. Sua discografia é extensa e variada. Ele foi um dos primeiros jamaicanos a gravar profissionalmente, ainda nos anos 1950, com o selo da Island Records, antes mesmo do surgimento de Bob Marley.
Owen morava sozinho em Londres, cidade que adotou como lar há décadas. Recebia visitas frequentes das filhas e era assistido por enfermeiras. Sua saúde começou a declinar após um acidente vascular cerebral, mas ele se manteve ativo, bem-humorado e próximo de amigos até o fim. Sua morte representa uma grande perda para o reggae e para a música jamaicana como um todo — especialmente por se tratar de um dos pioneiros da indústria fonográfica da ilha.
Descanse em paz grande lenda imortal do reggae suas letras permaneceram para sempre em nossas vidas!!!!
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